domingo, 9 de novembro de 2008

A Baixa Confiabilidade Do Mecanismo Do Ar-15/M-16



Vamos começar a discussão dessa questão pela abordagem das tentativas de solução para os problemas no mecanismo de funcionamento dos fuzis da família AR-15/M-16/M-4 levadas a cabo, recentemente, por várias empresas, como a LWRC e a Barrett. O texto transcrito abaixo é do especialista em armas leves Alexandre Beraldi, que cita a DSA Inc. como umas das primeiras empresas - ou, quiçá, a primeira - a tentar "consertar" os fuzis de assalto dessa família, bebendo em fontes que podem parecer surpreendentes para muitos, como as réplicas dos nossos fuzis FAL e PARAFAL montadas nos EEUU.


transcrição:

"Desde sua introdução, o maior “senão” da família AR-15/M-16 era no tocante ao seu mecanismo de funcionamento. Não que o mesmo não fosse confiável: é, de fato, uma arma bastante confiável, desde que seja rigorosamente e freqüentemente limpa. Ocorre que o fuzil desenhado por Eugene Stoner tem um sistema de tomada de gases que os capta através de um evento próximo a boca do cano e, direcionando-os através de um fino tubo, lança-os sobre o transportador do ferrolho, impulsionando esta peça para trás, fazendo, assim, o mecanismo da arma ciclar. O núcleo deste conceito é que o jato de gases dentro da caixa de culatra expulsaria todos os detritos e impurezas que tivessem adentrado no mecanismo, tais como areia, barro, etc., tornando a arma imune a falhas em ambientes hostis, daí o apelido que a arma recebia: “fuzil autolimpante”. [grifos nossos]

"A idéia funciona até determinado ponto, porém, com o acúmulo dos resíduos de pólvora dentro da caixa de culatra, a arma tende a falhar, pois quando estes resíduos interagem com a umidade presente no ambiente forma-se uma espécie de goma, que fica incrustada no transportador do ferrolho e na cabeça giratória de trancamento deste, impedindo o correto trancamento do conjunto cano-ferrolho, impossibilitando, assim, o disparo. Outra desvantagem é que o sistema não pode ser imerso em água, pois se o fuzil for disparado com água no interior do tubo de gases, a elevada pressão romperia este componente, e o jato de água resultante destruiria a caixa de culatra. Daí o hábito dos US Marines em colocar uma camisinha na boca do cano da arma quando realizam desembarques anfíbios, impedindo a ingestão de água". [grifos nossos]

"Outros Fuzis de Assalto baseiam-se num conceito que, desconsiderando pequenas variações, é o utilizado no mecanismo de funcionamento de armas como o AK-47 e o FAL. Estes utilizam um êmbolo ou pistão posicionado logo após o evento de gases e correndo paralelo ao cano, sendo este êmbolo que recebe o jato de gases em sua face e é lançado para trás, acionando o transportador do ferrolho e fazendo a arma ciclar. Desta maneira os gases resultantes do disparo não entram em contato com as peças móveis do interior da caixa de culatra, mantendo-as limpas e aumentando sua confiabilidade. É um sistema que também tem a vantagem de ser imune a imersões em água, pois não há espaço para o acúmulo de uma quantidade prejudicial de água no sistema de gases e, além disso, há na maioria dos designs um ou mais eventos no cilindro de gases, logo após os primeiros centímetros de curso do pistão, para lançar o excesso de gases, detritos e água de volta à atmosfera [...] [grifos nossos]".

"Voltando às armas, a DSA Inc., que é uma empresa tradicional no mercado norte-americano, é famosa por vender réplicas do nosso conhecido Fuzil de Assalto FAL nas suas mais diversas versões, bem como componentes e acessórios para esta arma oriundos dos mais diversos países, inclusive do Brasil [grifos nossos].

"Há algum tempo a empresa resolveu produzir cópias do AR-15/M-16 para o mercado norte-americano, porém, ciente que já havia diversas empresas que faziam o mesmo e impressionada com o robusto mecanismo do FAL, resolveu incluir em sua arma um diferencial: juntou-se à P.O.F. USA e desenvolveu um sistema de funcionamento para a família AR-15/M-16 baseado no acionamento do transportador do ferrolho com ação dos gases sobre um êmbolo, que deu origem ao Fuzil de Assalto Z4 GTC C.R.O.S (Corrosion Resistant Operating System, ou Sistema de Operação Resistente à Corrosão) que utiliza peças do mecanismo de funcionamento da família AR-15/M-16 melhoradas e com acabamento cromado anti-corrosivo, combinadas com peças que imitam o sistema de gases do FAL, utilizando, inclusive, o regulador de gases desta arma.

"Com isto, eliminou-se uma série de peças problemáticas da família AR-15/M-16 e consertou-se os problemas relacionados aos Fuzis de Assalto M-16, tais como eliminação dos anéis de vedação de gases do transportador do ferrolho que sempre se desalinham, causando vazamento excessivo de gás para o interior do mecanismo; eliminação do tubo de gases e suas conexões, que também apresentam constantes vazamentos; eliminação do acúmulo de pólvora incombusta e da carbonização na cabeça do ferrolho; eliminação do aquecimento do extrator e da mola do extrator devido à descarga de gases quentes no interior do mecanismo, evitando falhas de extração dos cartuchos disparados; e diminuição do recuo percebido pelo atirador".

Alexandre Beraldi
"Fuzil de Assalto: O Panorama Atual"


O AFTN Paulo Gonçalves, que trabalhou durante muitos anos em projeto e fabricação de armamentos junto a uma das melhores equipes de projetistas que já se formou no mundo, a da BERGOM, e me dá a honra de ser moderador da nossa comunidade no orkut, fez naquele fórum o seguinte comentário sobre o texto do Alexandre Beraldi:

"Mago, na realidade isso já seria uma nova arma, né?

"Os problemas do AR-15 são notórios e vêm de muito tempo. A primeira referência significativa que eu me lembro foi em uma batalha no Vietnam em que soldados americanos, isolados por tempo maior, perderam por completo o poder de fogo por falta de possibilidade de manutenção freqüente na arma.

"Na época, a resposta da Colt veio através da colocação de uma catraca para forçar o fechamento do ferrolho, uma solução no mínimo simplória".


Não há dúvida quanto ao fato concreto se estar tentando quase que desesperadamente criar novas armas com o frame do velho AR em que os norte-americanos insistiram teimosamente ao longo de mais de meio século, a despeito de toda lógica e de todos os fracassos observados.

Os fuzis da LWRC ficaram famosos em todo o mundo através da série de TV "Future Weapons" por seus projetistas terem avançado no terreno pantanoso de investir nessa reconstrução do AR. A LWRC chegou a construir armas realmente impressionantes pela aparente e provável robustez aliada à compaticidade e ao emprego do novo calibre 6.8mm SPC Remington. A munição neste calibre libera 2,385 J contra os 1,767 J do 5.56mm (SS 109 FMJ) e as balas pesam 7.5 gramas contra as 4 gramas da munição do AR, fragmentando-se muito menos contra alvos duros.

Nas imagens abaixo, extraídas do site da empresa, vê-se uma análise comparativa esquemática e bastante didática dos mecanismos de funcionamente dos LWRC e dos AR/M-16 tradicionais:

How it Works:

LWRC Legacy Short Stroke Piston

(clique sobre as imagens para vê-las em movimento e ampliadas)

Traditional Direct Impingement





Abaixo, foto do mesmo site: pistão de gases semelhante ao do FAL é desmontado de sobre o cano de fuzil LWRC com o frame do AR:

sábado, 8 de novembro de 2008

Os Fuzis de Assalto Da 1a. à 5a. Gerações




Os fuzis de assalto podem ser agrupados conforme as gerações em que foram projetados, desde o pós-guerra.


Primeira geração - anos cinqüenta.


Transcrição:

"A primeira geração de Fuzis de Assalto, surgida nos anos 50, caracteriza-se pela construção combinando a caixa da culatra usinada em aço com as guarnições em madeira, e pelo uso de calibres intermediários, porém extremamente potentes, tais como o 7,62x51mm, no Bloco Ocidental, e o 7,62x39mm, no Bloco Oriental.

São exemplos notórios desta geração:O M-14 norte-americano e seus derivados, tal como o BM-59 italiano; o FAL belga e todas suas variantes de diversas origens; o H&K G-3 alemão e suas cópias; e, o ícone, o AK-47 e todas suas cópias e derivações, como o Type 56, o Valmet, o Galil cal. 7,62x51mm, entre alguns outros".

Alexandre Beraldi.

"O Histórico da Evolução do Fuzil de Assalto,
a Atualidade e o Contexto Brasileiro"



Observe-se que entre os fuzis de primeira geração elencados por Beraldi encontram-se também os mais confiáveis: o AK-47, a que o especialista chama "o ícone"; o FAL da indústria belgo-brasileira; o G-3 alemão e o M14 estadunidense. Outro que pode vir a ser listado entre os mais confiáveis em pouco tempo é o FN SCAR, de quarta geração, a que Beraldi dedicou um trabalho inteiro a parte, mas ainda não é mencionado por ele nesta classificação.


Segunda geração - anos sessenta.


Transcrição:

"A segunda geração, nascida nos anos 60, buscou uma maior economia e facilidade de produção, além da redução de peso, caracterizando-se pela construção em aço estampado ou ligas metálicas leves, como o alumínio, e pelo uso de guarnições plásticas.

São exemplos desta geração: o AR-15/M-16 norte-americano, que foi além, buscando também uma munição mais leve e barata, e o AKM russo".

Alexandre Beraldi.

"O Histórico da Evolução do Fuzil de Assalto,
a Atualidade e o Contexto Brasileiro"



A segunda geração de fuzis de assalto está longe de ser uma geração das mais confiáveis. A baixa confiabilidade do mecanismo do AR-15/M16 é melhor explanada pelo próprio Beraldi do que por qualquer outro, como se vê no tópico "A Baixa Confiabilidade Do Mecanismo do AR-15/M-16".

Beraldi também escreve:

"5 - Ressurgimento dos calibres “pesados”

Nos combates ocorridos no Afeganistão e no Iraque notou-se uma característica
interessante dos Fuzis de Assalto M-16 e M-4 utilizados pelos norte-americanos: somente quando a munição 5,56x45mm OTAN modelo SS109 “capotava” e fragmentava-se ao atingir o alvo é que eram obtidos bons índices de “stopping-power” ou “poder de parada”.
Quando este efeito de tombamento e fragmentação não ocorria, o projétil simplesmente atravessava o alvo, causando-lhe poucos danos, sendo necessário, por vezes, três a quatro disparos para incapacitar o inimigo. Ocorre que, ao ser disparada pelo Fuzil de Assalto M-16, com cano de 20 polegadas raiado à razão de uma volta a cada 7 polegadas, esta fragmentação só ocorre até os 200m. Quando disparada do Fuzil de Assalto M-4, com cano de 14 ½ polegadas raiado num passo de uma volta a cada 9 polegadas, a munição SS109 só atingia esta performance até os75m. E quando disparada de um Fuzil de Assalto M-4 Commando, com cano de 10 ½ polegadas e raiamento de uma volta a cada 9 polegadas, só se obtinha fragmentação até os 25m. Para os soldados que compõe o grosso da infantaria isto não faz diferença, pois a estatística demonstrou que a vasta maioria dos combates foram travados em distâncias de até 50m. Porém ficou demonstrado que os integrantes do USSOCOM engajavam seus alvos em distâncias de 300m a 600m, principalmente no terreno montanhoso do Afeganistão e nas largas planícies do Iraque. [...]

Isto levou, inicialmente, os combatentes destas unidades especializadas, bem como de algumas unidades de infantaria engajadas nos combates de montanha no Afeganistão, a recolocarem em uso o Fuzil M-14, calibre 7,62x51mm OTAN, [...]".

Alexandre Beraldi
"Fuzil de Assalto: o panorama atual"


Terceira geração - anos oitenta.


Transcrição:

"A terceira geração, surgida nos anos 80, buscou a maior compaticidade da arma, com a adoção de fuzis com configuração do tipo Bullpup (caixa de culatra assumindo o lugar da coronha), uma redução ainda maior de peso – caracterizada pelo emprego de materiais de nova geração, como os polímeros – e uma nascente preocupação com sistemas de pontaria mais eficientes, sendo exemplos desta fase: O Steyr Aug suíço, o FAMAS francês e o L-85 inglês, entre outros."

Alexandre Beraldi.

"O Histórico da Evolução do Fuzil de Assalto,
a Atualidade e o Contexto Brasileiro"



O Steyr Aug, membro possivelmente mais confiável desta geração, já saiu de serviço na Malásia, dando lugar à dotação da carabina M4A1, de quarta geração.

Eu de mim nunca depositei confiança nesses exóticos fuzis "bullpup" dos anos oitenta.
De modo similar, o automóvel de três rodas foi defendido por alguns, mais ou menos na mesma época, como uma evolução do automóvel, mas as supostas vantagens teriam que ser imensas para redefinir tudo a respeito dos veículos de quatro rodas: forma de dirigir, legislações mundiais de trânsito, hábitos, noção de estética e etc, sem falar em custos operacionais dessa revolução que não houve nem haverá.

Assim como houve um retorno aos calibres ditos "pesados" nos últimos tempos e, sobretudo, a partir das guerras do Iraque e do Afeganistão, os "bullpup" estão sendo descartados e preteridos em prol das configurações "de quatro rodas" da maior parte dos fuzis de quarta geração.


Quarta geração - anos noventa.


Transcrição:

"Já ao final dos anos 90 surge a quarta geração, a atual, caracterizada pela modularidade: em virtude do surgimento de novos cenários, vão chegando até o soldado de infantaria meios de tecnologia cada vez mais avançada, tornando-se de uso essencial, sob pena de não dar a mínima chance de sobrevivência aos que assim não procedem – como, por exemplo, o uso de equipamentos de visão noturna em conjunto com o armamento individual, pra estender pelas vinte e quatro horas do dia a capacidade de emprego eficiente da tropa. É mandatório, então, que o armamento do infante esteja apto a incorporar estes acessórios/atualizações de forma imediata, bem como desincorporá-los quando a situação não os exigir, seja para uma redução de peso, seja para preservação de componentes sensíveis.

Surgem então as versões do AR-15/M-16/M-4 com os “Rail Interface System”, ou sistema de interface através de trilhos de fixação, que permite a incorporação ao Fuzil de Assalto de acessórios diversos, tais como: equipamentos de visão noturna, miras laser, aparelhos de pontaria óticos com ou sem ampliação de imagem (lunetas e miras do tipo “red dot” – ponto vermelho), lançadores de granada, espingardas calibre 12, etc., tudo para melhor adequar a arma ao ambiente, à missão e à função daquele que a porta.
É patente também nesta fase a predileção pelas já citadas miras do tipo ponto-vermelho”, tais como as Aimpoint Comp M (adotadas pelo Exército Norte-Americano), as Mepor 21 (adotadas pelo Exército de Israel), as H&k (adotadas pelo Exército Alemão) e as Trijicon, entre outras, que por reduzirem em até 75% o tempo para efetuar-se a visada necessária a um tiro preciso (segundo estudos do próprio Exército Norte-Americano), tornaram-se equipamentos essenciais à sobrevivência nos conturbados e velozes engajamentos presentes no combate moderno.

Os exemplos de armas desta quarta geração são: a família M-16 A3/A4 RIS e o M-4 SOPMOD Norte-americanos, o Tavor israelense, o F2000 belga, o G-36/XM-8 alemão, bem como as evoluções de fuzis de gerações anteriores que buscam incorporar estas atualizações."



Alexandre Beraldi.

"O Histórico da Evolução do Fuzil de Assalto,
a Atualidade e o Contexto Brasileiro"



Como eu já pus em destaque acima, o FN SCAR é também um fuzil de quarta geração, se não for este o fuzil modular por excelência, copiado, em larga medida, pelo projeto Magpul Masada/Bushmaster ACR, que se cogita atualmente ter sido abandonado em favor, sobretudo, da dotação do SCAR pelas FFAA norte-americanas.


Quinta geração - ainda em fase de testes.


Transcrição:

"Não obstante toda esta modernidade, já há traços no horizonte de uma nova geração de fuzis de assalto, a quinta geração: na realidade são armas conjugadas, incorporando ao fuzil de assalto, um lançador de granadas - este normalmente com espoletas programáveis – além de sistemas de controle de tiro computadorizados, capacidade de identificação de amigo/inimigo e visada indireta (esta através de câmeras fixadas à arma, com imagem transmitida a um visor afixado ao
capacete).

"Esta nova geração de armas, que deve entrar em serviço já na próxima década, incorpora as últimas lições aprendidas nos recentes conflitos do Golfo e do Afeganistão, além de estudos e projeções que mostram que os combates futuros serão essencialmente urbanos – haja vista que no ano de 2010 teremos 85% da população mundial vivendo em cidades –, rápidos e com emprego maciço de sistemas de informação e armas de precisão, sendo vital para o infante a capacidade de saber onde ele próprio está, onde está o inimigo, visualizá-lo e neutralizá-lo, mesmo que este se encontre abrigado, e, preferencialmente, estando ele próprio protegido.

"São exemplos desta nova geração: o atualmente cancelado XM-29, substituído pela combinação XM-8/XM-25 norteamericanos (com interesse e sob observação por parte de outros países da OTAN), o PAPOP francês, versões atualizadas do F2000 belga, além de sistemas similares ingleses, israelenses, australianos, italianos, suecos, entre outros."



Alexandre Beraldi.

"O Histórico da Evolução do Fuzil de Assalto,
a Atualidade e o Contexto Brasileiro"

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"[...] Quando este efeito de tombamento e fragmentação não ocorria, o projétil simplesmente atravessava o alvo, causando-lhe poucos danos, sendo necessário, por vezes, três a quatro disparos para incapacitar o inimigo.

Isto levou, inicialmente, os combatentes destas unidades especializadas, bem como de algumas unidades de infantaria engajadas nos combates de montanha no Afeganistão, a recolocarem em uso o Fuzil M-14, calibre 7,62x51mm OTAN, [...]".

Alexandre Beraldi
"Fuzil de Assalto: o panorama atual"

"
Os exemplos de armas desta quarta geração são: a família M-16 A3/A4 RIS e o M-4 SOPMOD Norte-americanos, o Tavor israelense, o F2000 belga, o G-36/XM-8 alemão, bem como as evoluções de fuzis de gerações anteriores que buscam incorporar estas atualizações".

Alexandre Beraldi.
"O Histórico da Evolução do Fuzil de Assalto,
a Atualidade e o Contexto Brasileiro"



Fotos da wikipédia com legendas originais e grifos nossos (clique sobre as imagens para vê-las ampliadas).




"An Army marksman in Fallujah, Iraq, using a modified M14 with a Leupold LR/T 10x40 mm M3".




"A SEAL operator with an M14 rifle fitted with an optical sight and a forward grip, participating in maritime interdiction enforcement of U.N. sanctions against Iraq during Operation Desert Storm "



"A soldier from the 325th Airborne Infantry Regiment with an M14 equipped with a Sage M14ALCS railed chassis".

domingo, 2 de novembro de 2008

Dica: Defesa Contra Ataque De Cão De Guarda




Cães de guarda que se soltam das residências de seus donos podem atacar, mutilando ou matando um pedestre.

Ao notar a aproximação de um CG aparentando intenção de ataque, faça uma guarda especial da seguinte forma: segure a sua própria nuca firmemente com a mão fraca, de modo que o seu cotovelo fique a frente do queixo e o braço protegendo pescoço e fronte. Ao mesmo tempo, saque a sua arma, mantendo-a junto do seu corpo em posição não ameaçatória. Faça base com uma perna a frente.

Sangue frio é fundamental aqui.

Mantenha-se imóvel e espere que o CG desista de atacar ou seja dominado por seu dono. Se, contudo, houver o ataque, este deve ocorrer sobre o braço: um CG3 atacará diretamente no pescoço, um CG1 ou 2, pode estar condicionado ainda à manga (ou ao braço). Um Pitbull ou um Bull Terrier tendem a saltar para morder a fronte com muita agilidade. Essa guarda que eu idealizei vai proteger tanto o pescoço quanto a fronte e confundir o animal.

Outro ponto que pode ser atacado facultativamente é a perna da base postada a frente.

Quando sentir a mordida sobre o braço e não antes disso, efetue o tiro encostado no pescoço do animal tantas vezes quantas necessárias para fazê-lo esmorecer ou recuar. Pode ser que, com o ataque, haja sua queda de costas contra o chão, entretanto, não abra a guarda em qualquer hipótese e dispare na hora certa.

Se a mordida vier na perna, dispare sobre as costas do animal, sem abrir a guarda.

Se o cão for do tipo propenso a saltar a fim de morder a sua fronte, sobretudo nariz, possivelmente dará um primeiro salto de estudo das possibilidades geométricas de fazê-lo e, em seguida, saltará de novo, procurando já arrancar o seu órgão nasal. Prevendo esse comportamento comum, pode disparar facilmente no peito do animal durante o segundo salto.


Os ouvidos dos cães são extramamente sensíveis ao estampido que irá ensurdecê-lo provocando dor; isso tanto pode fazer o cão recuar como enfurecê-lo ainda mais. Não se deixe intimidar pela fúria ou tamanho do animal.

Ainda que se trate de um Rottweiler, um Mastin Napolitano - animal muito grande, comum em São Paulo e que faz muitas vítimas fatais -, ou um Fila Brasileiro, por essa via de defesa será possível elidi-lo, desde que mantida a guarda firme e o sangue frio.

O CG alvejado no pescoço pode vir a morrer com a mandíbula ainda cerrada e trancada; isso ocorre com Boxers e Bulldogs agressivos e também com Pitbulls. Atire até perceber que a respeiração do animal realmente cessou.

A reação deve ser rápida pois que um Rott, por exemplo, ao morder um braço, move o pescoço para os lados, utilizando toda a coluna vertebral e a base do rabo para gerar alavanca e nesse jogo de corpo já chegou a arrancar um braço do ombro.

A pressão da mordida em si, entretanto, irá, de início, causar pouca ou nenhuma dor, portanto, atire no cão assim que senti-la e repetidamente, de modo a evitar que este chegue a balançar a cabeça.

Tentar alvejar o animal antes de receber a mordida, poderia fazer com que o CG se esquivasse da visada e atacasse o braço que empunha a arma primeiro e, aí, tudo estaria perdido. Já fazendo a guarda e a base propostas e mantendo a arma junto ao corpo o cão não irá visá-la.


Obsão 1: em legíitima defesa de terceiros, procure alvejar um cão em ataque bem de perto para evitar de acertar na pessoa que está sendo atacada, e mire sempre que possível, como no caso de qualquer mamífero quadrúpede, atrás da pata dianteira.

Obsão 2: se o CG estiver a uma distância tal que permita tentar alvejá-lo antes da mordida e numa atitude que autorize a certeza de que irá atacá-lo, faça-o utilizando a sua posição ideal de tiro. Como é difícil matar um CG de porte médio a grande a tiros, se o animal não recuar e vier a atacar, faça uso imediato da guarda, da base e das técnicas descritas acima.


Leia também:

- Dica: Advertência Sobre Tiros De Advertência.

- Dica: Como Reagir Imobilizado.



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Nós todos amamos os nossos cães de guarda e odiaríamos vê-los machucados.
Entretanto, não é por isso que eu aconselho que se espere pela mordida para efetuar o disparo defensivo e sim para preservar a vida da pessoa humana atacada.

Antes da mordida, adotada a posição defensiva que eu criei para este tópico e para o nosso blog, em primeira mão, e guardada alguma calma, algum sangue frio, pode ser que o ataque nunca chegue a ocorrer, embora insinuado pelo cão.

Ademais, esticar a mão com uma arma para um CG a pouca distância, sobretudo se este for bem adestrado, pode ser fatal para o atirador.

Essas duas razões combinadas me levaram a desenvolver esse pequeno "caminho", esse "joguinho" aí, que me parece ser o mais racional e pragmático: o cão alvejado no pescoço, com um calibre adeqüado à defesa pessoal, assim que iniciar a mordida, provavelmente, nem terá tempo de firmar a mordedura.

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Passaremos agora à identificação de alguns cães de guarda e de rinha.


Rottweiler.





O texto abaixo é interessante porque não fala do cão como um animal temível, desmistificando os exageros que a mídia veicula em relação a essa belíssima raça, que é naturalmente territorialista e pode até prescindir de condicionamento para fazer guarda, protegendo residências e famílias.

"O Rottweiler, como muitas outras raças, é resultado de muitos anos de criação selectiva. Pensa-se que os progenitores da raça foram os cães Molossóides que acompanhavam as legiões Romanas. A resistência destes cães permitia-lhes efectuar os percursos mais árduos. Além disso, a sua função de guarda protegia as manadas de lobos e de eventuais ladrões de gado".

Não deixe de ler o texto completo no site:
Amigo do Rottweiler .




Mastin Napolitano.




O Mastin é um cão de guarda pesado e corpulento, dócil e confiável comum no Estado de São Paulo.
É, ademais, um dos animais que mata seres humanos, eventualmente, na defesa de seu território e da família do dono.

Alguns comentários sobre a raça, em espanhol: wikipédia .

Vídeo em que se vê um animal belíssimo chamado Alacran:




Pitbull.




O Pitbull, ou American Pitbull Terrier é um cão desenvolvido pelos estadunidenses para rinha com outros cães.
Não é um animal naturalmente apropriado para guarda, embora qualquer cão possa ser condicionado e eu vi Pitbulls muito bem adestrados para a função anti-sequestro: os animais literalmente voam pelas janelas dos veículos quando alguém se aproxima dos vidros abertos.

Criadores da raça afirmam que o Pitbull pode ser um cão dócil e fiel, desde que bem educado e tratado. De toda forma, ser proprietário de Pitbulls demanda maturidade e boa formação moral, do contrário, podem ocorrer ataques frequentes a outros animais e ataques eventuais a seres humanos — sem que a residência esteja necessariamente bem guardada, pois o Pitbull nem sempre reage contra invasores, salvo se estiver condicionado para isso. Por outro lado, o condicionamento do Pitbull para guarda e ataque a seres humanos envolve, além de muita responsabilidade, toda uma estrutura material apropriada, muros e cercas bastante altas, etc.

Fotos de pessoas atacadas por cães da raça American Pitbull Terrier.