Um ilustre leitor do nosso blog, e quando eu digo ilustre, sem falsa modéstia, quero dizer ilustres mesmo, parece ter entendido da expressão “atualização”, empregada muito amiúde aqui, que nós tivéssemos em mente sugerir uma “recauchutagem” de peças do arsenal já em uso.
Ora, quando se fala em atualização do FAL, por exemplo, não apenas neste blog, mas em outras publicações pela internet, ou na atualização da submetralhadora Ingram MAC-10, que aventei recentemente, está-se falando, com efeito, na atualização dos projetos em si para a construção de novas peças dentro das demandas atuais dos especialistas e com os recursos contemporâneos de fabricação relativos a materiais e maquinário.
Gastar verbas numa “recauchutagem” de peças usadas é algo que, de fato, ainda não tinha me ocorrido.
A dita atualização do FAL pela via da munição dispensa inclusive a troca de qualquer peça das armas já fabricadas ou a fabricar. Armas, como quaisquer objetos mecânicos, têm um tempo limitado de vida útil, certamente.
Uma atualização no projeto da MAC-10 traria como vantagem adicional o fato de já haver alguma quantidade das pistolas-metralhadoras em questão no arsenal do EB e das nossas políciais, pois que já houve instrução para o uso e manutenção destas e muitos militares e policiais brasileiros ainda em serviço já atiraram com tais armas que são, por tanto, familiares às nossas tropas.
Entretanto, há outras possibilidades de atualização de projetos de submetralhadoras em “blowback” a serem considerados.
Uma dessas opções, que chegou a mim por e-mail, diz respeito a um desenho inteiramente nacional, com todas as peças fabricadas no País. Trata-se de uma arma em 9mmP, com três quilos de peso, um cano talvez um pouco longo demais para os parâmetros atuais de CQB, que, não obstante, pode ser encurtado, e uma excelente cadência de fogo: 600 tiros por minuto, exatamente a mesma cadência da super-submetralhadora russa PP-
Falo da BSM/9 M3. O projeto desta submetralhadora é do final dos anos setenta e foi levado a cabo pela equipe da BERGOM.
Clique sobre a imagem para ver ampliada essa foto rara, que não se encontrava postada na internet até o momento, e poder ler as especificações da arma.
As vantagens de se ter armamentos inteiramente nacionais de dotação são evidentes: armas sem peças de reposição fabricadas no País nunca deveriam ser adotadas pelas FFAA. As forças policias podem até se dar a esse luxo, mas o EB, nunca.
A BSM/9 M3 dispõe de carregadores verticais de 20 e de 32 tiros nos quais podem ser utilizadas novas munições AP em 9mmP. Com trilhos do tipo picatinny sobre a caixa de culatra e sobre o cano, poderiam ser acopladas miras holográficas e outros acessórios a esta arma.
A estrutura onde se encaixa o carregador se estende para baixo, dando conta de ser uma superfície vertical de manobra que dispensa a postura de manopla sob o cano, podendo, ainda, ser revestida com uma peça anatômica para maior ergonomia. A própria culatra alongada e aparentemente cilíndrica já confere um bom apoio para o ombro, dispensando a coronha que se vê na foto. Bastaria, talvez, a colocação de uma outra peça ergonômica, fixa ou regulável ( regulável para não dizer retrátil, porque de curso bem curto), sobre esta culatra para o tiro em modo semi-auto da altura do ombro. O guarda-mão pode igualmente ser suprimido ou tornado mais retilíneo, sendo certo que sob o cano há superfície suficiente para a colocação de outro trilho picatinny, a fim de acoplar uma lanterna.
É fundamental que as submetralhadoras de última geração possam ser levadas num coldre de cinturão e empunhadas com uma só mão, assim como é indispensável que possam atirar facultativamente em regime automático ou intermitente, este último, um predicado que a arma já possui no projeto original.
Com dimensões e peso otimizados, esta pistola-metralhadora nacional é, sem dúvida, mais uma excelente opção a ser avaliada com vistas à renovação sustentável do nosso arsenal pátrio.
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