Falando-se em atualizações de projetos de armas para fabricação nacional a custos razoáveis, me vem à mente novamente esta espingarda com tambor de revólver de seis câmaras, no calibre 12ga, — a espantosa ENARM Pentagun.
Quando vi a foto dessa arma, me apaixonei de pronto por ela.
Nas minhas elucubrações despretensiosas, de quem jamais pensou seriamente em trabalhar com projetos de armamento, muitas e muitas vezes sonhei com o que costumo chamar de revólver-rifle (ou rifle-revólver), tendo em conta os “percussion revolving-rifles” da Guerra Civil Norte-Americana, como o Remington Revolving-Rifle, em .44 Colt, uma arma belíssima, extremamente precisa, que incorpora toda a rusticidade do mecanismo do revólver criado por Samuel Colt, este a arma leve possivelmente mais genial desenvolvida pelo homem.
Réplica do Remington Revolving-Rifle, também chamdo de Cattleman’s Carbine, manufaturada pela Uberti.
A espingarda ENARM Pentagun, projetada pelos mestres da BERGOM, Nelmo Suzano, Luiz Gonçalves e Gilson Fontes, os quais constituíram juntos uma das mais criativas equipes de projetistas da História, foi fabricada pela ENARM e chegou a se adotada pelo EB, sobretudo para uso por unidades de forças especiais.
Uma versão para emprego com munição não-letal foi fabricada também pela Química Tupan sob a designação de AM-402.
O pouco que sei sobre a história dessa arma é isto. Por que deixou de ser fabricada em larga escala é algo que me desperta uma curiosidade prevenida já pela perspectiva de explicações frustrantes e pouco convincentes.
O surgimento recente no mercado do Taurus Judge voltou a excitar a minha imaginação em relação às vantagens de um revólver-espingarda em 12ga, visto que este é consensualmente apontado como o melhor calibre para “urban warfare” pelos especialistas, sendo a escopeta, por extensão, a melhor arma, sobretudo, no trabalho policial, quando não há reféns envolvidos. Para a Pentagun poderiam ser fabricados, ainda, “speed-loaders” a fim de que se pudesse remuniciá-la rapidamente.
Foto do Taurus Judge em .45/ .410/ .36ga.
A Pentagun, pelo que a foto mostra, parece levar um tambor invertido: a câmara da vez, alinhada com o cano, parece ser aquela que fica posicionada na parte inferior da arma, logo acima do gatilho. Há uma alça sobre o cano e a coronha é fixa. À semelhança do fuzil de assalto LAPA FA 03, cujo desenho é atribuído também ao famoso projetista brasileiro Nelmo Suzano, a espingarda parece ter o chassis em material sintético leve e, quiçá, barato.
Para uso em CQB conforme com as demandas atuais, eu recomendaria como munição ideal a ser empregada nesta arma estupenda — cartuchos de 12ga flechette.
Foto da ENARM Pentagun, de seis câmaras, em 12ga.
Inteiramente nacional, com a possibilidade de fabricação no País de todas as peças de reposição, não seria este também um excelente projeto a ser retomado pela indústria brasileira de armamentos, de modo a suprir carências do arsenal pátrio dentro de perspectivas viáveis?
Ficam expostas aqui estas indagações, à espera de um “feedback” que autorize maiores especulações a respeito do assunto.
Um comentário:
os projetos de nelmo suzano eram revolucionários na época em que foram feitos mas hoje a tecnologia evoluiu tanto que eles acabaram ficando obsoletos.
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